quarta-feira, 30 de maio de 2007

Lembrando o poeta Guineense Tony TcheKa!




Vendo imagens da desgraça constante que assola o continente africano, veio-me à memória um poema datado de 1980 do poeta Guineense Tony Tcheka, chamado Desafio e que consta do livro Noites de Insónia na Terra Adormecida, que partilho com os amigos internautas.

Desafio

Até parece
que a Sul o tempo parou
até parece que o sol
que nos queima
é obtuso e sisudo
até parece
que fomos privados
do apetite
da vontade
da lucidez
até parece
que irrompemos
d'algum ventre enteado
palavra que parece
Até parece que perdemos o Norte
e que o Sul é recóndito
confinado à malvadez
e cozinhados da fa má
Sul é amargo da boca
e o santo na mão
Será sina castigo ou destino
marcado nos porões negreiros?
E o desespero a fome
a doença os bolsos minguados
todos esses fiéis companheiros
serão mosteiros
ou simples penitência
para salvar a alma do corpo sofredor?
Mas palavra que apetece
soltar um grito
e desafiar de vez
esta força imensa
que se alimenta da minha dor
~da nossa dor!

Tony Tcheka
Bissau 1980

domingo, 27 de maio de 2007

Momentos de ternura




Há tempos li este texto de um escritor da América Latina e que transmite o melhor da nossa humanidade e decidi partilhá-lo com todos.

"Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo.

Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.

Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos perdemos sessenta segundos de luz.

Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem.

Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocalate.

Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestir-me-ia simplesmente, jogar-me-ia de bruços no solo, deixando à descoberto não apenas o meu corpo, como a minha alma.

Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse.

Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Mário Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua.

Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo das suas pétalas.

Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida.

Não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes-amo-te,amo-te.

Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado do amor.

Aos homens, provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar.

A uma criança daria asa, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.

Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi com vocês, os homens...

Aprendi que todo o mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.

Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão pela primeira vez o dedo do seu pai, o tem prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para o ajudar a levantar-se.

São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas, finalmente, não poderão servir de muito porque quando me olharem dentro dessa maleta, infelizmente, estarei morrendo.

Autor de América Latina

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Ânsia de liberdade



Quero ser eu próprio

Idílico e aletófilo

Voar sem freio

Fechar-me no meu enleio

Sentir a alva aparecer
Sem ceder à madrugada

Sem alguém metamorfoseando meu Pensar

Sinto apenas e só
Ânsia de Liberdade

quarta-feira, 16 de maio de 2007




O mundo continua a sua busca incessante de auto-destruição.

Na Palestina a situação agrava-se a cada dia. 30 mortos e dezenas de feridos é o resultado da "balbúrdia" gerada pelo Hamas e pela Fatah. E para variar quem é que sofre?? Os mais fracos(sim,esses que não podem pegar em armas para se libertarem desse domínio cruel)...

Em todos os cantos deste mundo há pessoas a alimentarem-se da dor dos mais fracos..

E pergunto-me a cada dia...quando e onde é o momento final? A gente encontra-se lá.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Coisas incompreensíveis!




Caros amigos internautas!
Por mais que pensemos que já vimos tudo e já aprendemos com os erros do passado, há sempre algo de novo a lembrar-nos do contrário.

As notícias que chegam de Darfur(Sudão) são cada vez mais preocupantes. Há um grupo de pessoas inocentes a serem mortas a cada minuto por um bando de mentecaptos.

Mas o que é que nós assistimos?:

1.Uma cumplicidade terrível de vários países interessados no negócio do petróleo e o das armas.

2.A total incompetência e inércia da ONU ( mais uma vez...) em resolver este problema.Qualquer dia, mais vale acabar com esta organização..

3.A ausência mais uma vez,e sempre, da dita União Africana (que engloba um bando de incompetentes e corruptos desse triste continente.

Até quando?

Pensador