sábado, 31 de janeiro de 2015

Em Meio Sol Amarelo, Chimamanda Ngozi Adichie leva-nos numa viagem pela história recente da Nigéria, com a tentativa de independência do Biafra reprimida pelo exército Nigeriano. Um livro escrito de forma elegante, pela pena duma grande escritora, que nos transporta para o ambiente revolucionário da época e que não deixa o leitor esquecer-se da dura realidade política, militar e humanitária vivida nesta Guerra. Para que a memória não se apague. Um livro a não perder.

domingo, 5 de outubro de 2014

EPK karyna Gomes, English





Uma das novas faces de uma Guiné-Bissau moderna e cosmopolita. Um nome a fixar: Karyna Gomes.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Chimamanda Adichie: The danger of a single story





É só para dizer que estou fã da Chimamanda Adichie. Após ler o seu romance Americanah, fico a pensar que 700 páginas passam num instante quando o escritor sabe como prender o leitor. Chimamanda representa esta África moderna e cosmopolita, que não tem medo do saber e do conhecimento, que se sente confortável em Lagos, Acra, Luanda, Lisboa, Londres ou Paris e para quem o problema da raça deve ser enfrentado de frente e com naturalidade. Aconselho vivamente.

Regressos

Após uma ausência prolongada, penso que está na hora de voltar a este refúgio e ao mundo dos blogs.

sábado, 17 de abril de 2010

Guiné-Bissau:O país que teima em fintar o futuro


1 de Abril.

Primeiro, a vã esperança de que as notícias fizessem parte do dia das mentiras.
Não. A realidade da Guiné-Bissau volta a falar mais alto.
Primeiro-ministro preso por umas horas, chefe de estado-maior em paradeiro incerto, libertação do ex-chefe de estado-maior da armada e o povo a invadir de forma espontânea as ruas da capital guineense. Inacreditavelmente, ouço na rádio vozes do vice-chefe do estado-maior e ex-chefe do estado-maior da armada a ameaçar matar e cometer barbaridades. É mesmo verdade.
No momento em que as pessoas voltaram a acreditar num futuro melhor para a Guiné-Bissau, tanto a nível nacional como internacional, lá voltaram os do costume (que se apoderam da minha e da nossa dor como diria Tony Tcheka) a terminar com os sonhos de um povo que deseja e merece um amanhã diferente.
Um dia depois ouço o presidente da república e o primeiro-ministro dizerem que tudo se tratou de um incidente. Mais uma vez querem insultar a nossa inteligência. O líder golpista pede desculpas. Eu não as aceito e exijo dentro de mim, e para quem me quiser ouvir, um julgamento rápido.
Ouvi os média portugueses falar de estado falhado e narco-estado.
Entre o desânimo e a vontade de expulsar a Guiné-Bissau das entranhas do meu ser, penso em tudo o que tem levado este país a permanecer sempre, e parece que orgulhosamente, no fundo de qualquer índice de desenvolvimento humano. Vieram-me à cabeça:

1- A luta de libertação nacional: Do génio de Amílcar Cabral surge a vontade e a capacidade de luta. Um povo maioritariamente analfabeto pega em armas contra um regime mais forte mas que se encontrava do lado errado da história. No entanto, a luta começou muito cedo a demonstrar o espírito de malvadez e falta do dever moral de que falava Kant. O congresso de Cassacá tentou por ordem na selvajaria de uns quantos que utilizavam o partido para cometer actos do mais bárbaro que existia. Sol de pouco dura. Os camaradas continuaram a matar-se, a trair e a conspirar. Todos os pretextos eram válidos. De acusações de feitiçaria, tribalismos e da permanente "ameaça" da ala cabo-verdiana. Apesar do esforço de Cabral na tentativa de capacitação dos combatentes e dos meninos da escola piloto, a maldade intrínseca acaba por vir à tona. Cabral é morto de forma selvagem mais uma vez. Queria falar dos problemas, discutir. Ele deveria saber que esses eram conceitos pouco compreendidos pelos abutres. Os autores morais permaneceram na penumbra e no medo da verdade de que falou há dias Ernesto Dabó. Com a morte da referência moral, o viveiro de ódios e malvadez foi dando cada vez mais frutos.

2- A independência: E chegou o 24 de Setembro de 1973. O povo decidiu proclamar de forma unilateral a sua independência. Um novo dia parecia nascer. Sol de pouca dura. Os camaradas entraram para a capital com a arrogância dos vencedores. Tinham pouco a aprender. Estátuas foram deitadas abaixo. Pessoas com experiência de administração na época colonial foram postas de parte ou convidadas a seguir para Portugal. O problema dos comandos africanos foi tratado de forma desastrosa. Pessoas com limitações intelectuais sérias proclamaram-se donos de verdades banais aprendidas em cartilhas comunistas. O nível de vida começou a deteriorar a olhos vistos.

3- O 14 de Novembro: O chamado movimento reajustador. O fim do sonho de união Guiné/Cabo-Verde. Os caboverdianos agradeceram. Nino Vieira fala das matanças do tempo do Luís Cabral. Ele que foi ministro da defesa e primeiro-ministro disse desconhecer tudo o que se passou. Houve quem tivesse acreditado. Muitas explicações foram dadas para o golpe de estado (Ler Carlos Lopes por exemplo). A cultura de "matchundadi" dava mais um passo. O diálogo como forma de resolução de problemas, foi ficando para trás (Fernando Delfim da Silva fala disso num dos seus ensaios). Nino vai-se tornando no senhor absoluto. O país e o seu povo continuam a empobrecer.

4- O programa de ajustamento estrutural: Muita tinta já foi escrita sobre a influência e os efeitos da entrada do FMI e do BM na Guiné-Bissau e do famigerado programa de ajustamento estrutural (é só consultar uma série de sorondas por exemplo).O país continua na sua caminhada firme em direcção à pobreza.

5- A abertura democrática e a carta dos 121: Entre pressões internas e externas num mundo pós muro de Berlim, lá chega a abertura democrática. No entanto, existe um momento importante de cisão no PAIGC. O conflito entre os falcões do regime e uma série de quadros. Momento de caça-às-bruxas dos que sentiam o mundo desaparecer à sua volta. Em pouco tempo, o partido perde imensa massa crítica e os falcões sorriem. Mininus ten ku kunsi se lugar!O país não interessava para as contas.

6- As eleições de 1994 e o Governo PAIGC: Chegam as eleições de 1994. Muitos esperam o pior a exemplo do resto de África. Nestas eleições assistimos ao nascimento de um novo "player" que marcará para sempre a política guineense- Kumba Yala que força, de forma inesperada para a grande maioria dos observadores, Nino Vieira a uma segunda volta renhida. O PAIGC vence de forma folgada as eleições legislativas, mas no entanto, entra em crise quando é preciso escolher um primeiro-ministro. Um grupo de "enfants terribles" força a nomeação de Manuel Saturnino Costa, a quem todos reconheciam a pouca competência e preparação para o cargo. Ouço falar dos preto nok a assaltarem o poder. A incompetência estava à vista de todos. Nino Vieira decide, de forma atabalhoada, nomear Carlos Correia como primeiro-ministro.

7-7 de Junho de 1998: O início do fim. Guerra na minha cidade. Cenário dantesco de destruição e ausência de respeito pela vida. Lutas de egos, traições, infidelidades e lugares levam um povo ao martírio total. A selvajaria e ausência de respeito pela vida humana, entrou de forma definitiva no léxico nacional.

8- Eleições de 2000: Kumba Yalá e o PRS chegam ao poder. E o fim do estado da Guiné-Bissau vai-se consolidando a passos largos. Gente impreparada e desconhecedores da sua ignorância assaltam o poder e as suas instituições. Tudo passa a valer. Como disse alguém, a mata raptou a cidade. Os militares continuaram o seu ajuste de contas. Perdi a conta às mortes selváticas.

9-Um novo fenómeno: A Droga. Entrou de rompante. De repente os carros topo de gama tomaram conta das ruas esburacadas e mal iluminadas da cidade. Os senhores da droga passaram a ser os novos reis. E o país ficou refém de um poder oculto. Para sempre?

10-O regresso de Nino Vieira: Demonstrando que a memória do povo é curta, Nino Vieira regressa ao poder. Para mostrar que não tinha perdido o jeito, tratou rapidamente de demitir o governo eleito de então e empossa um governo de iniciativa presidencial com os enfant terribles do costume. O povo volta a escolher o PAIGC. No fim, a tragédia. O presidente e o Chefe militar são brutalmente assassinados. E o país continuou no seu dia-a-dia na maior "normalidade" até o dia 1 de Abril.

E agora que futuro?
Sugestões ficam para outro post.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Nuvens

Nuvens teimam em cruzar o meu caminho. Vou seguindo firme, acreditando na promessa de novos amanhãs! Mas às vezes, dava jeito que as coisas fossem mais fáceis.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Miss you

Daria o mundo para te ter aqui hoje.